Foto: Nathália Schneider (Diário)
O arcebispo Dom Leomar Antônio Brustolin apresentou o tema, o lema e os objetivos da campanha
A Campanha da Fraternidade 2023 foi lançada oficialmente nesta Quarta-feira de Cinzas (22), na Casa Papa Francisco, em Santa Maria. Na oportunidade, cerca de 50 pessoas estiveram presentes e acompanharam o evento.
A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e existe desde 1964. Em todos os anos, um assunto que merece atenção é escolhido pela Igreja Católica para marcar a campanha. Em 2023, o tema é “fraternidade e fome”, e o lema é “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt, 14,16).
No Brasil, a campanha marca a celebração da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. Nesse momento, os fiéis são convidados a fazer orações e refletir sobre o tema proposto, assim como a realizar ações que mobilizem a comunidade em torno de quem precisa de ajuda.
Lançamento em Santa Maria
O lançamento começou às 10h, na Casa Papa Francisco, no Centro, e durou cerca de 1h. Em um primeiro momento, os presentes escutaram o hino da Campanha da Fraternidade 2023. Na sequência, o arcebispo Dom Leomar Antônio Brustolin, 55 anos, fez a apresentação do tema, do lema e dos objetivos da campanha.
– Quando foi escolhido esse tema nós estávamos saindo da pandemia e sabíamos que o problema da insegurança alimentar tinha aumentado muito no mundo inteiro e aqui no Brasil. Portanto, a igreja mobiliza do Oiapoque ao Chuí todas as suas comunidades e suas frentes para a consciência da solidariedade para superar ou, pelo menos, para minorar, o problema da fome que é muito grave. A política, a economia e a cultura constatam e percebem o desafio que temos na sociedade hoje, e a igreja também quer fazer a sua parte – afirmou Dom Leomar.
Essa é a terceira vez que a fome é pauta na campanha da Igreja Católica. A primeira vez foi em 1975 (“fraternidade é repartir”) e em 1985 (“repartir o pão”).
– Já é a terceira vez que esse tema volta. Quer dizer que o Brasil é um país que sempre é desafiado pela fome e não consegue fazer bem a sua tarefa para superar isso. Há uma incoerência nisso, se produzimos tanto alimento, como é que tem tanta gente passando fome? É preciso uma nova sensibilidade, nos comprometemos todos com essas populações – ressaltou Dom Leomar.
Após a fala de Dom Leomar, Gerson Gonçalves, 56 anos, coordenador de pastoral e padre da Catedral Metropolitana de Santa Maria, salientou que o trabalho das pastorais é essencial para o desenvolvimento da Campanha da Fraternidade:
– A importância das pastorais é justamente fazer esse trabalho onde encontramos fragilidades. Todas as pastorais promovem a vida e diante de uma campanha que nos desafia a superar a fome, é de suma importância que cada uma mergulhe por inteiro nesse projeto.
Em seguida, cada pastoral presente relatou as ações e trabalhos que estão em andamento. Dentre as presentes estavam a Pastoral da Pessoa Idosa, a Pastoral da Saúde, a Articulação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), a Pastoral da Criança, a Federação de Amor Exigente, a Casa Papa Francisco, a Pastoral Carcerária, a Pastoral Afro e do Migrante, a Cáritas, e o Projeto Esperança Cooesperança.
Por fim, em um ato simbólico, Dom Leomar partilhou o pão e ofereceu para as pessoas que estavam presentes.
Coleta Nacional da Solidariedade
Uma das ações previstas na Campanha da Fraternidade 2023 é a Coleta Nacional de Solidariedade, que deve ocorrer no Domingo de Ramos, 2 de abril. Do total de recursos arrecadados neste dia, 40% será destinado para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), gerido pela CNBB e que atende projetos sociais em todo o Brasil. O restante, 60%, vai permanecer nas dioceses para auxiliar em projetos locais.